António Costa

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

Tocando a Rua

“Um Presidente da Câmara não deve perder contacto com a realidade”

António Costa assegura que um presidente de câmara não é uma figura que esteja apenas reunida com outros políticos, porque se apenas falar com estes, algo de essencial se perde, a faculdade de chegar a todos.
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A expressão “tão longe e tão perto” aplica-se propriamente quando se trata dos nosso vizinhos, os portugueses. Companheiros do chamado “Século de Ouro”, a cavalo entre os séculos XVI e XVII, as relações entre os dois países estreitaram-se há aproximadamente quarenta anos, quando o fim da ditadura de Salazar (a famosa “revolução dos cravos”) quis ser um modelo para o que se passava no nosso país, com um regime franquista agonizante. A sua capital, Lisboa, é a sua maior cidade, com mais de meio milhão de habitantes e um PIB per capita superior à média europeia.

“Quando se é presidente da câmara, é-se vinte e quatro horas por dia. E não importa que seja um município grande ou pequeno. Se a política surge por vocação, como no meu caso, está-se constantemente a pensar naquilo que pode fazer para melhorar”

“Lisboa é hoje uma cidade cosmopolita, uma grande capital intercultural, aberta e tolerante, com uma oferta cultural múltipla, que tem sabido aproveitar o seu notável património para vendê-lo da melhor maneira possível”

“Queremos que todos desfrutam da cidade como algo próprio, algo seu. E que, além disso, haja qualidade. Será isto que levará os cidadãos a voltar a acreditar numa cidade da qual podem estar muito orgulhosos de pertencer”

É um filho da Revolução dos Cravos, e portanto suponho que a sua vocação política terá nascido naquela altura.
Sim, os meus pais, e muitos os seus amigos, eram pessoas que tinham uma consciência política, mesmo antes do 25 de Abril do 74, a data do levantamento militar que acabou com a ditadura salazarista. Depois da revolução, e ainda um jovem adolescente, envolvi-me na política através da Juventude Socialista, onde me inscrevi aos 14 anos. Eram, sem dúvida, outros tempos, mas sim, a política fez sempre parte integrante da minha vida.

E que mudanças teve Lisboa desde 1.974?
Creio que foram muitas. E não apenas alterações políticas mas também mudanças de mentalidade, alterações substanciais, que forem influenciados por tudo o que se passou no país durante aqueles anos. Acho que Lisboa é hoje uma cidade cosmopolita, uma grande capital intercultural, aberta e tolerante, com uma oferta cultural múltipla, que tem sabido aproveitar o seu notável património para vendê-lo da melhor maneira possível. Temos muito em conta o nosso passado, e pertencemos a uma cidade que preserva a sua História, e está muito orgulhosa dela, mas que também olha para o futuro.

Bem, e como é o dia-a-dia do Presidente da Câmara Municipal duma cidade como Lisboa?
Quando se é presidente da câmara, é-se vinte e quatro horas por dia. E não importa que seja um município grande ou pequeno. Se a política surge por vocação, como no meu caso, está-se constantemente a pensar naquilo que pode fazer para melhorar o que se encontra no sob a sua responsabilidade. No meu caso pessoal, não exagero se lhe disser que o dia deveria ser desdobrado em dois para poder fazer todo o trabalho que há por fazer.

Não me diga!
Sim, porque além da representação institucional, que quiçá seja a que mais se vê, não nos podemos esquecer tudo o que há por detrás. No meu caso, trata-se de reunir-me com os vereadores e com os responsáveis dos departamentos para avançar com os assuntos em curso nas mais diversas áreas. E não é só isto. Também se tem que contactar com as pessoas nos diversos bairros da cidade para poder saber o que pensam e quais são as suas necessidades. Mas um presidente de câmara não é uma figura que esteja apenas reunida com outros políticos, porque se apenas falar com estes, algo de essencial se perde, a faculdade de chegar a todos, pelo que deve esforçar-se o que entender o sentimento da rua, para que não perca o contacto com a realidade.

Portanto, não estamos apenas a falar de infra-estruturas?
Não, claro que não. É um todo. Há diferentes responsáveis de cada área, mas quem tem sempre de dar a cara é o presidente da câmara. É a ele que, em último caso, cabe a responsabilidade de tudo o que se realiza numa cidade. Assim, como compreenderá, o meu dia-a-dia é sempre muito repleto, e no meu caso, não me posso queixar de ter muito tempo livre…

Suponho, pois, que não lhe deve sobrar mais tempo para ocupar outros cargos institucionais.
Não, na realidade, não. A minha principal actividade é a de ser presidente da câmara, que é uma tarefa muito absorvente, tal como lhe digo. Bem, também desempenho um cargo no partido, porque como político também tenho deveres perante o partido a que pertenço, mas, neste momento, a minha prioridade absoluta é a câmara.

E, falando de prioridades, qual é a sua?
A prioridade deste mandato tem sido a de reequilibrar as finanças da CML, que encontrámos muito depauperadas. E, paralelamente a esta actuação, restaurar a credibilidade duma instituição a qual, nos últimos anos, por esta ou aquela razão, tinha sido bastante atingida. Creio que conseguimo-lo, voltámos a por a casa em ordem. Uma vez atingido este objectivo, podemos agora investir na cidade para potenciá-la ainda mais.

Conte-nos mais…
Bom, creio que o principal objectivo estratégico para a cidade de Lisboa, e isto é algo que comentámos em diversas ocasiões, é tentar recuperar a população que se foi perdendo ao longo dos últimos trinta anos. Queremos inverter esta tendência e fazer com que Lisboa seja grande, não apenas em recursos e em termos de infra-estruturas, mas também em população.

Bom!
E nesse sentido, há três áreas às quais atribuímos una importância máxima. Uma delas, cremos que essencial, é a educação. Queremos proporcionar aos casais jovens una escola de qualidade para os seus filhos, para que o ensino, esse pilar básico da nossa sociedade, esteja consolidado.

A segunda?

A reabilitação urbana da zona histórica da capital. Queremos que seja um lugar não apenas turístico, mas que também aumente a oferta de casas para que haja movimento, haja bulício, e que a tradição não esteja em oposição com a modernidade.

E a terceira?
Ligado com este segundo aspecto está a melhoria do espaço público. Queremos que todos desfrutem da cidade como algo próprio, algo seu. E que, além disso, haja qualidade. Será isto que levará os cidadãos a voltar a acreditar numa cidade da qual podem estar muito orgulhosos de pertencer.

António Luís Santos da Costa (Lisboa, 17 de Julho de 1961) é filho do escritor Orlando da Costa e da jornalista Maria Antonia Palla. É licenciado em Direito, pela Universidade de Lisboa. Foi Deputado à Assembleia Municipal de Lisboa, de 1982 a 1993 e Deputado na Assembleia da República entre 1991 e 1995. Em 1993 foi eleito Vereador na Câmara Municipal de Loures. Passou a integrar o Secretariado Nacional do Partido Socialista em 1994. Integrou o XIII Governo como Secretário de Estado (1995-97) e Ministro (1997-99) dos Assuntos Parlamentares, sendo-lhe atribuída a pasta da Justiça no XIV Governo (1999-02). Para além disto foi também o membro do governo responsável pela Expo’98, presidiu ao Grupo Parlamentar do Partido Socialista (2002-04) e foi Deputado ao Parlamento Europeu, de que seria Vice-Presidente, em 2004. António Costa exercia o cargo de Ministro da Administração Interna (2005-07), quando abandonou o mandato para se candidatar às eleições autárquicas intercalares da Câmara Municipal de Lisboa, da qual saiu vencedor com 29,54% dos votos.

Lisboa

Local
Lisboa é a capital de Portugal, situada na foz do rio Tejo e tem uma população de 564.477 habitantes (2001). Lisboa é a cidade mais rica de Portugal, o seu PIB per capita ultrapassa a média europeia. Sua área é 83,84 km2 e tem uma densidade populacional de 6518, 1 por quilômetro quadrado.

História
A sua história remonta pelo menos ao ano 1200 a. C, como as descobertas arqueológicas revelaram que no centro da cidade foi um Português assentamento fenício negociação.

Durante o Império Romano, a cidade desfrutou de uma proeminente foi concedido o tratamento de auto-governo, em um território de 50 quilômetros ao redor da cidade, seus cidadãos não têm de pagar os impostos a Roma e tinha os privilégios dos cidadãos romanos. Tudo isto porque os temas de Lisboa, a par das legiões romanas lutaram para conquistar a partir da Hispânia cartagineses. Em 711 a cidade foi conquistada pelos muçulmanos e não foi recapturado até 1147. Ela foi nomeada a capital de Portugal, em 1255.

O século XVI é o momento de maior glória do Português capital. Um dos motivos foi a descoberta do Brasil, que passaria a ser o mais importante colônia, e que tirar grandes quantidades de ouro, pedras preciosas, cana-de-açúcar e café. Em 1755 Lisboa foi destruída por um terramoto que matou entre 60.000 e 80.000 pessoas e devastou 85% da cidade.

Contemporâneo
O golpe que iria matar o republicano proclamação da República Português foi realizado a partir de Lisboa, em 1910. Também na capital foi o Português Carnation Revolution que terminou a mais longa ditadura na Europa.

Actualmente, o porto de Lisboa é mais agitados na costa atlântica europeia e está equipado com três cais. A capital é uma economia baseada em serviços e da maior parte das multinacionais sede está localizada aqui. Entre as indústrias que são prevalentes em Lisboa estão a refinaria de petróleo, têxtil, construção naval, siderurgia e pesca.

Área Metropolitana de Lisboa que consiste de 2.641.000 habitantes, é uma das áreas metropolitanas europeias que crescem mais rapidamente, e sua população é estimada a aumentar para 4,5 milhões em 2050.

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